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Foto do escritorMicrobiologia grupo 2

Aterosclerose

Atualizado: 8 de jul. de 2022



Relato de caso

Homem, 73 anos, melanoderma, em tratamento tardio por câncer de próstata na Unidade de Oncologia CACON do HUPAA/UFAL/EBSERH.

Foi encaminhado para a Cirurgia e TraumatologiaBuco-maxilo-facial, com queixa de sintomatologia dolorosa em vários dentes.

Exame intra oral:

  1. Mucosas íntegras, coradas e de bom aspecto, desdentado parcial superior e inferior,.

  2. Doença periodontal caracterizada por mobilidade dental em graus II e III e com sangramento gengival a manipulação e sondagem dos dentes;

  3. Focos dentários (restos radiculares) e cárie.

Exame extra oral:

  1. Aumento de volume em região de cervical anterior inferior, próximo à região da glândula tireoide;

  2. Foram solicitados exames pré-operatórios laboratoriais e radiografia panorâmica.

  • Na radiografia panorâmica observou-se múltiplas imagens radiopacas sugestivas de calcificação em região cervical de tecidos moles próximo ao trígono carotídeo.

Diante do indício de aterosclerose foram solicitados novos exames de imagem a fim de complementar e otimizar o tratamento do cliente, foram eles:

  1. Ultrassonografia (USG) com Doppler de carótida;

  2. USG de tireoideque.

Diagnóstico: "Aterosclerose em carótida bilateral” e “nódulo em lobo da tireoide Esquerdo”.

Com estes achados procedeu-se o encaminhamento do paciente aos serviços de endocrinologia e cardiologia.

Após avaliação dos exames imaginológicos e laboratoriais, a conduta foi a exodontia múltipla de todos os dentes pelo péssimo estado de conservação e pelo planejamento de reabilitação proposto.

Após as extrações, o referido foi encaminhado ao serviço de reabilitação protética da FOUFAL.

Atualmente o paciente encontra-se em bom estado geral já reabilitado e mantendo acompanhamento junto a cardiologia e endocrinologia.


Definição

É uma inflamação, com a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias do coração e de outras localidades do corpo humano, como o cérebro, membros inferiores, entre outros, de forma difusa ou localizada.

Ela se caracteriza pelo estreitamento e enrijecimento das artérias devido ao acúmulo de gordura em suas paredes, conhecido como ateroma.


Sintomas

Os sintomas vão depender de qual artéria está mais entupida:

Coronárias (artérias do coração):

  • Dor cardíaca durante o esforço (angina de peito).

  • Pode haver enfarte de forma repentina.

Carótidas (artérias do pescoço):

  • Perturbações visuais;

  • Paralisias.

  • Pode haver desmaios ou derrame (AVC) de forma repentina.

Ilíacas ou femorais (artérias das pernas):

  • Dor nas pernas ao caminhar;

  • Queda de pelos;

  • Enfraquecimento da pele, das unhas e dos músculos;

  • Impotência (dificuldade de ereção peniana).

  • Pode haver gangrena de forma repentina.


Fisiopatologia

As estrias de gordura são a lesão mais precoce visível na aterosclerose; representam o acúmulo de células espumosas contendo lipídios na camada íntima da artéria.

A placa aterosclerótica é a característica da aterosclerose; é uma evolução da estria gordurosa e possui 3 componentes principais:

  • Lipídios;

  • Células musculares lisas e inflamatórias;

  • A matriz do tecido conjuntivo que pode conter trombos em vários estágios da organização e depósitos de cálcio.


Causa (origem)

A aterosclerose está relacionada aos fatores de risco tradicionais, como sedentarismo, alimentação inapropriada, pressão alta, diabetes, colesterol elevado, tabagismo e obesidade.

Pequena parte é de causa hereditária, como, por exemplo, em portadores de hipercolesterolemia familiar, em que indivíduos da mesma família têm o colesterol muito elevado desde criança.


Diagnóstico

O diagnóstico da aterosclerose depende da existência ou ausência de sintomas.


Pacientes sintomáticos:

Avaliam-se os pacientes com sinais e sintomas de isquemia para determinar a magnitude e a localização da oclusão vascular, com vários exames invasivos e não invasivos, dependendo do órgão comprometido..

Esses pacientes também devem ser avaliados para a determinação da existência de fatores de risco de aterosclerose por

  • História e exame físico

  • Perfil lipídico de jejum

  • Níveis de hemoglobina A1C

Os pacientes com doença documentada em um local (p. ex., artérias periféricas) devem ser submetidos à investigação clínica para identificação dessa doença em outros locais. Como nem todas as placas ateroscleróticas têm risco semelhante, investigam-se várias tecnologias para testes de imagem como uma forma de identificar placas especialmente vulneráveis à ruptura; mas ainda não se usam essas técnicas na prática clínica.

  • Exames de imagem não invasivos:

  1. Ultrassonografia vascular tridimensional;

  2. Tomografia computadorizada (TC);

  3. Angiografia por RMN

  • Exames invasivos por cateterismo também são usados. Esses incluem

  1. Ultrassonografia intravascular;

  2. Angioscopia;

  3. Termografia das placas;

  4. Tomografia de coerência óptica;

  5. Elastografia.

Exame de imagem do tipo positron emission tomography (PET) da vasculatura é outra abordagem emergente para avaliar placa vulnerável.

Além de lipidograma, glicemia plasmática e hemoglobina A1C de jejum, alguns médicos dosam os marcadores séricos de inflamação.

Níveis de proteína C reativa ≥ 3,1 mg/L (≥ 29,5 nmol/L) são altamente preditivos de eventos cardiovasculares.


Pacientes assintomáticos (triagem):

O papel dos testes adicionais para além do perfil lipídico não está claro. A maioria das diretrizes recomenda triagem pelo perfil lipídico em pacientes com qualquer uma das seguintes características:

  • Homens ≥ 40 anos

  • Mulheres ≥ 50 anos e mulheres na pós-menopausa

  • Diabetes tipo 2

  • História familiar de hipercolesterolemia familiar ou doença cardiovascular precoce (i.e., idade de início < 55 anos para parente de 1º grau do sexo masculino ou < 65 anos para parente de 1º grau do sexo feminino)

  • Síndrome metabólica

  • Hipertensão

  • Doenças inflamatórias crônicas


Tratamento

  • Mudanças no estilo de vida (dieta, interrupção do tabagismo, atividade física);

  • Tratamento medicamentoso de fatores de risco diagnosticados;

  • Antiplaquetários;

  • Estatinas, possivelmente inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), betabloqueadores.

O tratamento envolve a modificação agressiva de fatores de risco de progressão lenta e indução de regressão de placas existentes. Não mais se recomenda a redução do colesterol LDL abaixo de certo alvo, e atualmente a abordagem "quanto mais baixo, melhor" é a preferida.

As modificações do estilo de vida envolvem dieta, interrupção do tabagismo e atividade física regular. Com frequência, é necessária a utilização de fármacos para dislipidemia, hipertensão e diabetes. Tais fármacos e as modificações do estilo de vida melhoram direta ou indiretamente a função endotelial, reduzem a inflamação e melhoram a evolução clínica.

Estatinas podem reduzir a morbidade e mortalidade relacionadas com a aterosclerose mesmo com níveis de colesterol normais ou discretamente aumentados. Antiplaquetários auxiliam todos os pacientes com aterosclerose. Pacientes com doença coronariana podem se beneficiar dos inibidores da ECA e betabloqueadores.

 

Referência bibliográfica

ALVES, Bireme /. Opas /. Aterosclerose e arteriosclerose. Gov.br. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/aterosclerose-e-arteriosclerose/>. Acesso em: 7 jul. 2022.


Einstein.br. Disponível em: <https://www.einstein.br/especialidades/cardiologia/doencas-sintomas/aterosclerose#:~:text=A%20aterosclerose%20é%20uma%20inflamação,de%20forma%20difusa%20ou%20localizada.>. Acesso em: 7 jul. 2022.

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